quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Era?



"(...)I never learned to count my blessings
I choose instead to dwell in my disasters"

Ray LaMontagne - Empty

Acontece que na vida, sendo eu mais de um outro do que deste plano, na ordem das coisas, sempre me vejo olhando para trás com uma inevitável melâncolia. Não que meus dias de antes fossem ruins em absoluto, tenho apenas a impressão de não terem sido nada. Sem um passado tactil, vivendo um agora com um antes que não me lembro como, entendo que melhor teria sido se não tivesse sido assim. Penso e não consigo aprender nada da minha própria vida, nada que realmente sirva a algum propósito.
No presente, sou como novo mas ja cansado de algum cansaço de doença. Inexplicável. Uma daquelas doenças que se diz serem somáticas talvez. Com isso, o presente é um naufrágio interessante e uma desilusão em tempo real que vai se fazendo a cada segundo, instantânea a si mesma. E há alguma coisa lodosa nisso tudo, como fosse mesmo um pantâno frondoso e eu estivesse até o pescoço coberto por lama, e, imóvel, observasse a paisagem distraído da minha real situação. Com isso vem o pior, o futuro. O futuro é onde estão as coisas boas e as soluções.
Penso nisso, mas penso também que meu maior patrimônio era a sua atenção.

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