"I don’t give a damn, I’m happy as a clam, nobody knows me at all
Ah, what can you do? There’s nobody like you. Nobody knows me at all
I know how you feel, no secrets to reveal, nobody knows me at all
Very late at night and in the morning light, nobody knows me at all"
The Weepies - Nobody knows me
"Meu querido,
O Inverno já vai alto e, outrora importantes, hoje em dia a mudança das estações parece não significar mais nada na vida das pessoas. Imagino que você, como eu, consiga ainda refletir sobre o que todo esse frio significa. Sobre essa chuva ou sobre as noites de poucas estrelas e céu fechado.
A noite é quando mais sinto sua falta. Quando o reino das idéias cai sobre mim e eu sinto saudades de alguém para conversar sobre as banalidades importantes que me assaltam. Gosto principalmente quando você discorda de mim; seu rosto se contorcendo naquela expressão preocupada e amorosa de quem vai me questionar, mas se preocupa em como eu vou me sentir.
Ontem à noite parei do mesmo jeito que sempre faço e fiquei olhando os carros passando na rua. Era noitinha já e de um dia ensolarado, claro e frio restava apenas um fio alaranjado no horizonte que, teimoso, insistia em permanecer. Não demorou para que eu pensasse em você. Entre o som de um carro e outro, um cachorro brincando com um papel que por sua vez brincava com o vento, entre as pessoas enroladas e o semáforo verde-amarelo-vermelho-verde... Entre os ritmos da cidade, os movimentos e seus sons eu pensei em você, n’algum lugar lá fora:
“Esqueci-me neste momento
E não estava mais aqui
Perdi o fio do tempo
Esqueci este momento
Para ele não vivi.
Era o vento, sempre ele
A me contar o seu segredo
N’algum lugar lá fora
O tempo, dobrado em dois
Separou você de mim.”
Seu, sempre.
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