"Quero que saibas que me lembro,
Queria até que pudesses me ver.
És parte ainda do que me faz forte.
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz"
Legião Urbana - Giz
Queria até que pudesses me ver.
És parte ainda do que me faz forte.
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz"
Legião Urbana - Giz
Deixei muitas pegadas na areia por onde andei. De algumas eu mal lembro, como se tivesse vivido um momento ébrio de alucinação e vertigem. Descompasso, cansaço e desespero.
Alguns passos foram firmes e concretos; uma forma de pé saudável na areia macia, outros foram levianos, dolorosos, desprendidos. Mal deixando marca alguma. Desapaixonados e tristes. No intervalo entre caminhar, o correr e os fundos sulcos na areia que deixei quando fiquei parado. Achei que, mesmo eu, tão pouco sublime, havia te encontrado. E você era mais real que a idéia que eu fazia de você e mais interessante do que o estupor romântico das folhas amarelas caindo sobre o tapete laranja em um jardim distante, numa tarde eterna e agradável.
Se exercito o meu passado e olho para trás não vejo muito... Penso que alguma água do mar da vida que corre ali perto, a margem de mim, veio e levou com ele alguma das minhas memórias. Não sinto nada e não vejo, também, a vida que sonho que vivi com você. Não sei o princípio e perdi o sentido de tudo o que penso que tenha passado. Vejo apenas as marca-pegadas de ocasionais momentos que perdi vivendo a não importância vazia de não tê-los vivido em sua direção... Você se foi, como (ou com, não sei) uma onda que arrebenta na areia e apaga a si mesma no instante seguinte, levando consigo todas as palavras e mergulhando o mundo no esquecimento do não saber. Me sinto miserável hoje, por sentir que você esteve aqui, mas foi-se... e eu já não tenho certeza disso, também. Não sei se você foi ou se eu te imaginei sendo.
Alguns passos foram firmes e concretos; uma forma de pé saudável na areia macia, outros foram levianos, dolorosos, desprendidos. Mal deixando marca alguma. Desapaixonados e tristes. No intervalo entre caminhar, o correr e os fundos sulcos na areia que deixei quando fiquei parado. Achei que, mesmo eu, tão pouco sublime, havia te encontrado. E você era mais real que a idéia que eu fazia de você e mais interessante do que o estupor romântico das folhas amarelas caindo sobre o tapete laranja em um jardim distante, numa tarde eterna e agradável.
Se exercito o meu passado e olho para trás não vejo muito... Penso que alguma água do mar da vida que corre ali perto, a margem de mim, veio e levou com ele alguma das minhas memórias. Não sinto nada e não vejo, também, a vida que sonho que vivi com você. Não sei o princípio e perdi o sentido de tudo o que penso que tenha passado. Vejo apenas as marca-pegadas de ocasionais momentos que perdi vivendo a não importância vazia de não tê-los vivido em sua direção... Você se foi, como (ou com, não sei) uma onda que arrebenta na areia e apaga a si mesma no instante seguinte, levando consigo todas as palavras e mergulhando o mundo no esquecimento do não saber. Me sinto miserável hoje, por sentir que você esteve aqui, mas foi-se... e eu já não tenho certeza disso, também. Não sei se você foi ou se eu te imaginei sendo.
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