sábado, 2 de abril de 2011

Argumento de você.



And I say, I can see me in your eyes
You said, I can see you in my bed
That's not just friendship, that's romance too;
You like music, we can dance to.

Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you
The Strokes - I'll try anything once


Organizei os segundos que faltavam pra você chegar, em grupos,
Contei também os seus talentos; cataloguei os defeitos,
E observei a fôrma do seu corpo no colchão depois que você se foi.
Aceitei o desajeito das suas flores na única flor que você me deu
Ignorei o caule quebrado, as pontas queimadas...
Minha nuca arrepiou mesmo quando você, alongado delicadamente
Me beijou nos lábios, eu estava de avental e pés no chão;
A casa quente, era o forno ou era eu.

Expliquei-me em silencio que aquilo que você me dava não me pertencia,
No segundo seguinte, já longe, você dispara a falar e
De outro cômodo os sonoros “O’s” nas palavras do seu baixo médio,
Costuram em mim a sensação de sentir a casa dos meus afetos ocupada
Deixo sua ordem, sua norma e seu capricho de segredo guardado comigo
Enquanto penso em como seria ter te encontrado primeiro
Antes dos outros que te encontraram antes de mim

Ri, quando você disse que morreria logo, por que achei graça
No dissolvido fatal da opinião que você me apresentou do seu corpo;
A lista de imperfeições biológicas tão invisíveis no escuro e,
À meia luz que te fez mais homem do que eu jamais irei ser,
Eu pensando comigo que havia uma beleza particular no mundo
E qualquer coisa de muito urgente na maneira como eu queria fazer aquilo durar.

Para além da sua altura eu medi um outro homem em você
E fica difícil me desacostumar agora do tempo que passou entre a gente
Por que passou também o acorde de uma canção que continua, a harmonia
Do eco; o estalado daquele beijo que você me deu entre as cócegas que me fazia

Enquanto passam as horas que faltam pra eu te ver de novo
E o relógio parece andar ao contrário de propósito, de certo me ajuda
Cuido dos seus rastros; janela aberta para o vento, as marcas dos seus dentes...

Me servi da sua teimosia como quem se serve de sol
Pra ganhar a permanência da luz do seu sorriso no meu castelo

Enquanto o pote de sorvete que você deixou na geladeira permanece intocado.

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